Atualmente temos sido confrontados – e continuaremos a ser – por um contexto cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo. Um mundo sujeito a rotina das mudanças frequentes, aceleradas e surpreendentes rumo à destinos ainda desconhecidos. E é nesse cenário que a figura do Agile Coach se torna um diferencial.

A dinâmica de descontinuidade desperta em nós sentimentos ambivalentes. Tenderemos de um lado a lidar com desejos de resistência às mudanças e permanência num estado conhecido. E, de outro, desejos de fazer parte de algo novo, num movimento de contínuo de aprendizado, criatividade e inovação.

Dado a tal complexidade, o Ágil torna-se alternativa para lidar com as imprevisibilidades que determinam as Organizações.

Neste ambiente só é possível termos a compreensão clara sobre algo em retrospecto, no entanto, no incentivo à experimentação, em que o erro é acolhido como oportunidade de aprendizado, pode-se favorecer o surgimento de novos padrões.

Neste contexto o papel do Agile Coach se faz necessário, sendo ele o “Primeiro Agilista”.

Sua figura exige a incorporação dos valores e princípios Ágeis de forma a não colidir com valores e princípios pessoais, que tendem a se manifestar de maneira coerente por meio de seus comportamentos, conhecimentos e uso dos frameworks e práticas Ágeis.

Para tanto, é importante que o profissional tenha clareza que é um processo de coaching de times, o que não significa o coaching individual para um agrupamento de indivíduos.

Seu principal objeto de trabalho serão os fenômenos que emergem das relações interpessoais, exigindo-lhe habilidades para lidar com questões sobre motivação individual e do time.

Além disso, empoderamento e auto-organização, relacionamentos interpessoais, processos grupais e intergrupais, dinâmicas de conflitos, cultura corporativa, estrutura organizacional, mudanças e desenvolvimento.

Diante de tal desafio não cabe ao Agile Coach impor um “Saber” como absoluto, mas, a partir da crença de que o “Saber” é algo de todos e não privilégio de alguns poucos, favorecer o processo de desenvolvimento de seus coachees.

Esse processo os ajudarão a descobrir melhores formas de trabalho, segundo os Valores e Princípios Agile-Lean, libertando potenciais coletivos de convivência, aprendizagem, pensamento e reflexão, criatividade e inovação.

Como um Líder Servidor, colocará seu conhecimento e suas experiências como facilitador, coach profissional, mentor e treinador a serviço do time. Portanto, a exigência da Inteligência Emocional para perceber qual melhor momento adotar cada uma destas competências.

Não se pode correr o risco negligenciar sua prática em razão de uma dificuldade pessoal, considerando sempre que seu foco deve estar no favorecimento da autonomia do time e aceleração da adoção de novos comportamentos.

Torna-se também fundamental ao Agile Coach favorecer a construção de um ambiente seguro e de confiança, fortalecendo uma cultura orientada ao trabalho em time.

                                                                                        Inspirado no Extract – Agile Coach de Rachel and Liz – 2009

O investimento em habilidades como suporte, comunicação, feedback, facilitação e, especialmente, desenvolvimento de si próprio são relevantes em sua jornada.

Por ser um grande desafio, é necessário que o Agile Coach invista fortemente em seu processo de desenvolvimento pessoal e profissional.

Certamente planos de trabalho inovadores oferecem uma estrutura e plataforma para o trabalho em time, como por exemplo o conhecimento e uso de frameworks e práticas ágeis, porém isso não é suficiente.

Passa a ser importante, e também um diferencial, o conhecimento e investimento contínuo sobre como lidar com as relações interpessoais de forma a favorecer o trabalho em time.

Com isso, se compreende que abaixo da superfície da racionalidade humana residem forças psicológicas sutis capazes de sabotar a maneira como os times operam.

E, para finalizar, é sempre bom lembrar:

“Um Agile Coach não pode forçar as pessoas mudarem, mas pode apresentar um modo diferente de ser e com isso, ajudar seus clientes a fazerem parte de uma nova forma de trabalho que favoreça a realização pessoal e profissional dos membros do time, enquanto time”.

Amanda Reis

Um dos meus desafios é transmitir formas de trabalho inovadoras e relações no trabalho mais saudáveis. Minha experiência acadêmica e profissional tem início com minha formação em Ciências Atuariais e atuação na área em Psicologia e Psicanálise desde 2008.

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