Ao contrário do que se imagina, atuar como um time é difícil e pouco comum. De maneira geral, existe muita confusão sobre o entendimento do que realmente é um time e do que é, por exemplo, um grupo de trabalho. Essa confusão se tornou tão corriqueira, que hoje, o termo time é usado de forma inapropriada por muitas organizações e grupos. Essa lacuna causa uma série de comportamentos nocivos nas pessoas envolvidas em trabalhos coletivos.
Esses comportamentos podem ser facilmente identificados através de algumas clássicas disfunções de um time. Segundo o livro
The Five Dysfunctions of a Team de
Patrick Lencione, existem 5 disfunções que podem acontecer com os times, são elas:
- Ausência de confiança
- Medo de conflitos
- Falta de comprometimento
- Fuga de responsabilidade
- Inatenção aos resultados
Solucionar cada uma dessas disfunções é algo complexo. Não há uma toolbox mágica para isso. Mas, uma das principais causas e características observadas nesses times é que: Na verdade, esses “times”, não são Times ainda.
No
livro The wisdow of teams –
Jon Katzenbach e
Douglas Smith, mostram que existe um longo caminho a ser trilhado. Esse caminho parte de um
grupo de trabalho, passa por um estágio de
pseudotime, depois
potencial time, em seguida
time real, para aí sim, chegar a ser um
time de alta performance.
Katzenbach Model
Chegar a ser um time de alta performance também é algo complexo. Mas mesmo assim, é importante notar que a jornada inicia com o reconhecimento das diferenças básicas entre o que é um
grupo de trabalho e o que é um
time. Nesse caso, ainda segundo Jon Katzenbach e Douglas Smith em um artigo da
Harvard Business Review de Julho de 2005, um
grupo de trabalho se caracteriza por:
- Um líder claramente identificado
- Resultados computados individualmente
- O propósito do grupo é o mesmo da organização
- O resultado é fruto do trabalho individual
- Mensura a sua efetividade indiretamente pela influência em outros fatores (Ex: desempenho financeiro nos negócios)
- Discute, Decide e Delega
Já um verdadeiro time possui as seguintes características:
- Perfil de liderança compartilhado entre diferentes membros
- Resultados computados, não individualmente, mas mutuamente (coletivamente)
- Propósito/Objetivo específico do time. Esse propósito/objetivo é diretamente entregue pelo próprio time
- O resultado é fruto do trabalho coletivo
- Encoraja a franca discussão e reuniões para resolver e fechar problemas e conflitos
- Mensura a performance diretamente pela avaliação do resultado do trabalho coletivo
- Discute, decide e conjuntamente executa o trabalho
As 5 disfunções, as diferenças entre times e grupos e o próprio Katzenbach model, já são conhecidas há um bom tempo. Contudo, muitas pessoas esquecem essas questões e passam a chamar qualquer grupo de trabalho de TIME. Dessa forma, é comum ver organizações inteiras patinando no desafio de colher resultados do trabalho em time, pela simples negligência ao fato de que ainda não existem times atuando naquelas organizações.
Esses modelos, conceitos e técnicas serão amplamente debatidos e trabalhados em nosso treinamento de Team Growing. Se você ficou interessado, venha entender como contribuir de maneira efetiva para a construção e crescimento do seu time.
Interessante. Seria ótimo se as citações ao Patrick Lencione, Jon Katzenbach e Douglas Smith viessem acompanhadas das respectivas referências, digo o local onde elas aparecem. Por exemplo, se livro qual, página, ano, se site endereço, pois assim ajuda o leitor à obter mais informações sobre o tema e dá mais credibilidade ao texto.
Feito! Texto atualizado com a devidas referências. Obrigado!
Muito tri, não tinha parado pra pensar na relação.
Manolo, belo artigo. Consolidou as três visões.
abs.