Não podíamos deixar de homenagear a mulher de tecnologia em outubro, onde a mulher de TI é internacionalmente celebrada!
O Dia de Ada Lovelace (15 de outubro) tem como objetivo elevar o perfil e chamar a atenção para as mulheres na ciência, tecnologia, engenharia e matemática, encorajando pessoas ao redor do mundo à conversar sobre as mulheres cujo trabalho em ciência e tecnologia é admirado. Foi ela, Ada, a desenvolvedora do primeiro algoritmo computacional do mundo. Nascida na Inglaterra, teve sua história de vida à impulsionando para o mundo das ciências humanas, porém contrariou tendências, inovou e se tornou a “encantadora de números”.
Durante um período de nove meses entre os anos de 1842 e 1843, Ada Lovelace criou um algoritmo para o cálculo da sequência de Bernoulli, usando a máquina analítica de Charles Babbage. E ganhou uma linguagem de programação em seu nome, como homenagem a reconhecida primeira programadora da história.
Ada não é a única mulher inovadora em tecnologia. Hedy Lamarr, é a austríaca que inventou a tecnologia base para a telefonia celular em uso, podemos considerá-la a inventora do WiFi. E é de autoria de Grace Hopper o termo “bug”, a escrita do primeiro compilador do mundo e, a ainda utilizada, linguagem COBOL.
Logo vemos que ciências exatas e inovação não deveria ser tão fortemente associado ao “mundo dos homens”.
O Ada Lovelace Day, nos remete facilmente, a uma reflexão mais profunda sobre o papel da mulher no mundo tecnológico atual.
E precisamos falar, discutir, lembrar desses fatos, como fizemos no dia 04 de outubro, no Agile Trends – evento sobre tendências ágeis de software e tecnologia, em São Paulo, onde 17% dos inscritos eram mulheres – em um FishBowl sobre Mulheres em TI. Esse debate foi aberto com a apresentação científica sobre gêneros, da Dra. Barbara Castro, que nos mostrou que tendências de gêneros podem nos levar a enganos bizarros. Por exemplo, vocês sabiam que até o século 19, ser bailarino era uma profissão tipicamente masculina, devido, principalmente, a força muscular e disciplina corpórea necessária a profissão? Entretanto, há algumas décadas, quando ouvimos “ballet”, imediatamente associamos à palavra a uma imagem de menina delicada de meias e collant rosas com saia “tutu”. Fui bailarina e vivi de perto o preconceito sofrido pelos homens devido a essa generalização e descaracterização.
Atualmente, impulsionada pela formação de engenharia e tecnologia, questiono o papel das mulheres em tecnologia e ouço vertentes diferentes emergirem. Alguns acreditam e testemunham o preconceito e tendenciosidade do gênero masculino na área. Outros, principalmente em órgãos públicos, não identificam esse preconceito e afastamento feminino. Mas ambos são unânimes: mulheres se afastam do código e tendem à áreas “mais humanas”, desta ciência exata, seguindo carreiras como testers, analistas de negócios e sistemas e finalmente as de gestão.
A mulher tem um olhar diferente do olhar do homem, devido a aspectos sociais, culturais, emocionais e mesmo fisiológicos, o que torna fato que na complexidade digital vigente, a diversidade é benéfica e desejada.
Em dez anos, provavelmente, haverá mais mulheres que homens no mercado de trabalho brasileiro. Porém, as pesquisas comprovam que, as desigualdades de gêneros não foram diminuídas. E apesar do ambiente desfavorável conhecemos, a cada dia, novas mulheres fazendo diferença no mercado digital. Notamos grandes corporações incentivando à participação e contratação de mulheres de tecnologia, e diversos programas de inclusão feminina, destas mesmas empresas. E nessas, coexistentes, contradições dúvidas nos invadem:
– será, apenas, moda contratar mulheres? Ou empresas estão reconhecendo valor na contratação de mulheres?
– de que forma mais mulheres podem agregar à capacidade de inovação das equipes?
– o “valor humano” tão buscado nas novas gestões é inerente nas mulheres?
Queremos ouvir opiniões, discorrer sobre o assunto, porque estamos “engrossando o coro” das mulheres de TI, atuantes, que perguntam:
– Cadê as mulheres de TI? Porque somos tão poucas?
Agile Trends 2013 – FishBowl sobre Mulheres em TI – O que esta mudando?
Excelente artigo!
Eu estou no mercado de TI ha 18 anos. Quando comecei só via homens, em todas as áreas (designer, desenvolvimento, análise..).
Hoje digo, com imensa alegria, que o mercado mudou. Temos muito mais mulheres trabalhando com tecnologia.
Mas como você mesmo citou, a desigualdade ainda é grande, não só no salario mas no tratamento também. Ainda somos olhadas de lado nas empresas e por mais que todos sabem o quanto somos competentes, nunca seremos “homem o bastante” para ocupar cargos de confiança e chefia.
Eu tenho fé…eu acredito muito nas mulheres! Acredito que vamos melhorar essa situação futuramente, que teremos espaço e igualdade, demonstrando competência e atitude.
Abs.
Annelise Gripp