Tecnologias, mudanças sociais e políticas desde sempre tracionaram transformações nas relações do homem com o trabalho. Mas, se até pouco tempo atrás as mudanças eram vagarosas, agora elas são cada vez mais urgentes. Acompanhar essa evolução se tornou o grande desafio das organizações, que demandam por um novo tipo de profissional. E é sobre esse novo perfil e necessidade das instituições que vamos tratar nesse artigo.

Dado do Fórum Econômico Mundial, que elaborou o relatório The future of Jobs – O futuro dos trabalhos, em tradução livre – com base na entrevista de 291 empresas, que representam cerca de 7,7 milhões de funcionários ao redor do mundo, aponta que 65% das crianças matriculadas atualmente no ensino fundamental estarão trabalhando em um emprego que ainda não existe.

O estudo também identificou que as habilidades para os novos empregos estarão ligadas principalmente à capacidade fundamental de reaprender e à inteligência emocional. Entender as transformações pelas quais o mundo está passando e as tendências do mercado passou a ser essencial para se manter competitivo, sem ser engolido pelas organizações que já trabalham com essas perspectivas.

De acordo com o relatório, 55,4% das instituições que foram entrevistadas apontaram lacunas de competências nos profissionais e em seus mercados de atuação, o que acaba acarretando na dificuldade em empregar novas tecnologias. Essa escassez de habilidades é mais aguda nas profissões emergentes como analistas e cientistas de dados, especialistas em Inteligência Artificial e aprendizado de máquina, assim como de desenvolvedores de software e aplicativos.

Para tentar sanar esse problema, as empresas relatam fornecer cursos de aperfeiçoamento para 62% de seus trabalhadores e que, até 2025, a previsão é expandir essa requalificação para mais 11% da sua força de trabalho.  Mas, apesar disso, as instituições observaram que apenas 42% desses funcionários participam efetivamente das qualificações ofertadas. Uma disrupção que precisa ser sanada com urgência. 

            Até 2025, a estimativa é que 85 milhões de empregos possam ser substituídos por mudanças na divisão do trabalho humano x máquina. E ainda mais, cerca de 97 milhões de empregos, podem surgir – porém, adaptados à um novo conceito de trabalho que mescla humanos, máquinas e algoritmos. A hipótese é que trabalhadores que permanecerem em suas funções terão 40% das habilidades essenciais alteradas, sendo que 50% de todos os funcionários precisarão de requalificação.

Competências

O pensamento crítico e a capacidade de resolver problemas estão no topo do ranking quando tratamos de habilidades que as organizações consideram que crescerão nos próximos anos. Ambas as competências, porém, aparecem desde a edição de 2016 quando o primeiro relatório foi feito. A novidade agora são as habilidades em autogerenciamento como o aprendizado ativo, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade.

            Outros dados que relatório mostrou são com base em informações copiladas graças a parceria junto ao LinkedIn e Coursera, que permitiu rastrear os tipos de habilidades comuns a diversas profissões, consideradas transversais, como a especialização em marketing de produto, marketing digital e interação humana com o computador.

Repare que essas habilidades podem ser encaixadas em quatro grupos essenciais:

1.    Resolução de problemas – queenvolve diagnóstico de possíveis causas de um problema e o desenvolvimento de um plano de ação para solucionar. Portanto é preciso aprender essas técnicas em qualquer área no mundo corporativo.

2.    Autogestão – são habilidades que permitem às pessoas controlarem seus pensamentos, sentimentos e ações. É necessário ser capaz de definir metas individuais e alcançá-las. Se autogerir pode ajudar no direcionamento de uma trajetória de carreira, fazendo com que se busque oportunidades para se aproximar dos objetivos. 

3.    Tecnologia – praticamente todas as carreiras requerem o uso de algum tipo de tecnologia. Possuir habilidades sobre elas, seja para comunicação ou para a execução do trabalho em si, é essencial.

4.    Trabalhar com pessoas – seja clientes ou colaboradores, trabalhar com pessoas é fundamental em todas áreas. Vivemos em uma era que prioriza os valores humanos e entender que o crescimento múltiplo depende da colaboração coletiva é uma habilidade valorizada.

Competências em alta no Brasil

Além das competências consolidadas de maneira global, o relatório do Fórum Econômico Mundial também traz os dados por país, onde considera pouco mais de 136 milhões de pessoas com idade ativa no país. No Brasil, a ‘aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem’ são seguidas por ‘pensamento analítico e inovação’ e ‘criatividade, originalidade e iniciativa’ no topo das habilidades mais requeridas nos próximos quatro anos.

 Mas a lista é composta por outras 12 habilidades, sendo elas: ‘liderança e influencia social’,‘inteligência emocional’, ‘pensamento critico e análise’, ‘soluções de problemas complexos’,‘resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade’, ‘concepção e programação tecnológica’, ‘crítica ao serviço’, ‘raciocínio, resolução de problemas e a ideação’, ‘orientação para servir o cliente’, ‘utilização, acompanhamento e controle da tecnologia’, ‘análise e avaliação de sistemas’ e ‘persuasão e negociação’.

Outro dado que o documento traz diz respeito as habilidades que as empresas identificaram como estando em foco em seus programas de requalificação, ou seja, elas já vislumbram essas habilidades em suas equipes.

1.    Liderança e influência social

2.    Pensamento analítico e inovação

3.    Estratégias de aprendizagem e aprendizagem ativa

4.     Pensamento e análise críticos

5.    Concepção e programação de tecnologias

6.    Orientação dos serviços

7.    Raciocínio, resolução, resolução e ideias

8.    Gestão do pessoal

9.    Criatividade, originalidade e iniciativa

10.  Resiliência, tolerância ao stress e flexibilidade

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