Indivíduos e interações mais que… tudo!

Quando Lara Rejane ganhou de presente um projeto ligado à agilidade, 11 anos atrás, mal poderia imaginar que esse desafio iria mudar sua vida para sempre. Paulista, da capital, aos 46 anos sua história é marcada por mudanças não planejadas, mas por um caminho pautado pela curiosidade e vontade de descobrir o novo.

Foi assim que em 1993 ela deixou de lado a faculdade de Letras para cursar Processamento de Dados. A relação começou quando Lara foi fazer um trabalho na faculdade e precisou usar um disquete em um computador. O estalo de querer entender como aquele objeto funcionava que a fez recalcular seu caminho e mudar de rota.

E daí as mudanças não pararam mais: logo após concluir o curso de PD trabalhou para uma consultoria onde programava para Mário Covas. Lá, foi chamada para fazer uma entrevista para o maior banco privado do Brasil, onde permanece há 20 anos.

Lara conversou com a equipe aqui do blog por uma vídeochamada. Logo no início do bate-papo o que chamou atenção foi o seu jeito descontraído e informal, que tornou a conversa fluida e orgânica. Sua capacidade de lidar com gente já ficava clara logo no início da entrevista.

“A terapia me ajudou muito”, brinca. Lara explica que há alguns anos atrás não sabia lidar com pessoas. “Eu gostava de ficar quietinha no meu canto programando. Não gostava de falar e quando ia falar algo fazia sempre da pior maneira possível”, conta.

A dor de Lara foi o que a impulsionou a buscar mudanças. Ela admite que também sofria com esse comportamento, que ela era rude com as pessoas e isso a deixava mal. Entender essa limitação e trabalhar em cima dela foi essencial para que a mudança acontecesse genuinamente.

“Minha mente foi clareando e isso tudo foi mágico. Entender que a maneira como as pessoas te tratam diz muito mais sobre ela do que sobre você, é libertador. E foi nesse meu processo de desenvolvimento que fui observando como carecemos de líderes, que enxergam gente como gente”, conta.

As características técnicas de Lara foram fazendo com que ela galgasse novas oportunidades dentro da empresa em que trabalha. A maneira como lidava com as pessoas, no entanto, foi o que a fez ser vista com outros olhos. Despojada e espontânea, os desafios caiam de paraquedas e foi assim que ela teve que lidar pela primeira vez com a agilidade.

A agilidade aprendida

“Quando falavam em agilidade comigo antigamente eu achava que era coisa de maluco. Quando ‘ganhei’ o projeto na empresa eu não sabia nem se era de comer ou passar no cabelo. Não fazia sentido na minha cabeça aquelas palavras e o modo de trabalho. Mas, como o projeto que eu recebi tinha que rodar dessa forma, eu me dediquei àquilo e fui me apaixonando”.

explica Lara

Lara diz que até hoje ainda encontra dificuldades dentro da empresa quando o assunto é agilidade, mas que o mindset vem evoluindo gradativamente ao longo do tempo. Ela destaca como um dos pontos altos dentro do trabalho a criação de células ágeis, logo no início da transformação da empresa. Ela, e sua à época, pequena equipe conseguiram dar celeridade às entregas, sendo a vanguarda e exemplo na forma de trabalhar com agilidade.

“Pensar em Agilidade está diretamente relacionado a projetos. Mas o meu foco vai para outro lado e pensa nas pessoas. Uma frase que eu gosto é ‘Indivíduos e interações mais que… tudo!’. Você não entrega um projeto sem pessoas, não tem ideias sem pessoas, não tem negócios sem pessoas… E o que vejo é que a maneira como as empresas estão enxergando as pessoas tem mudado”, destaca Lara.

Essa paixão pela área de humanas dentro de exatas foi o que fez com que a Lara se especializasse ainda mais quando o assunto é gente. Ela cursou uma pós-graduação em psicologia aplicada no local de trabalho com ênfase em estresse, memória, comportamento e habilidades de enfrentamento.

 Hoje, à frente de um time de agilistas, ela tem 22 pessoas embaixo do seu guarda-chuva e utiliza um conjunto de técnicas que conhece para ajudá-las a encontrar a melhor forma de resolver problemas dentro dos contextos em que atuam. Trocando em miúdos, seu dia a dia consiste em manter os projetos rodando enquanto cuida do seu bem maior, que são as pessoas.

“Às vezes, cinco minutos que a gente dedica a alguém é o suficiente para ajudar aquela pessoa a ter um dia melhor, a fazer com que algo saia do papel, a desenvolver uma ideia, destravar um projeto, enfim. Eu descobri que sou apaixonada por gente e venho me dedicando a esse aspecto”,

conta ela, brincando que a agilidade é realmente a área de humanas dentro da exatas.

Acolher, envolver, desenvolver

Consenso comum entre os profissionais da área de Tecnologia da Informação é que a grande maioria gosta de lidar com máquinas. Como a própria Lara que antes tinha preferência por “ficar no seu canto programando”, frases como essa são comuns de se ouvir na área. Mas, entender a complexidade de cada profissional e ajudá-los a crescer é um desafio que encanta Lara.

“Tem muita gente boa no lugar errado. Às vezes o profissional é incrível, mas ele está numa posição que não é para ele, que ele sofre, não evolui e o trabalho acaba sendo ruim. É por isso que acho meu trabalho tão maravilhoso, porque ajudo as pessoas a se encontrarem”, explica.

E esse trabalho está dividido em três partes: acolher, envolver e desenvolver. Cada um deles funcionando de forma a levar a pessoa a se conhecer, potencializar-se e crescer naquilo que se propõe. Vamos entender:

  • Acolher – a pessoa. Prestar atenção no ser como o indivíduo complexo que é, não apenas no foco profissional, mas como pessoa.
  • Envolver – colaboração e transparência. As pessoas precisam fazer parte do processo para entender que são responsáveis também pelo todo. Além disso, o empenho é maior uma vez que ela participou de cada fase daquele projeto.
  • Desenvolver – feedback. O seu desempenho tem que ser revelado, seja bom ou ruim, as falhas podem ser corrigidas. Outro ponto a considerar é quão válido é trabalhar nesse desenvolvimento. “Às vezes você desenvolve algo até o limite do aceitável, mas foca em outro aspecto daquele mesmo profissional, no aspecto positivo dele. E é nisso que eu acredito: potencializar o que é bom para que seja ainda melhor”, diz.

Desenvolver – os outros, a si

Se cuidar do próximo virou quase que uma missão para Lara Rejane, quando o assunto é se aprimorar isso não é muito diferente. Além da pós-graduação em psicologia para não psicólogos aplicado ao contexto do trabalho, ela também coleciona outros títulos como pós-graduação em Análise de Sistemas e em Qualidade em Desenvolvimento de Software, por exemplo.

Aqui pela Adapt sua trajetória é extensa e ela conta que em tantos anos de carreira foram muitos os pontos altos e que o conhecimento adquirido na certificação em Management 3.0 foi muito importante para que pudesse ser bem sucedida em missões ligadas à gestão de pessoas. Mas as “letras”, como ela brinca, são várias outras: CMS, SPC, KMP I e SAFe Agilist são só algumas delas.

“Agora, mais do que nunca, trabalho com foco em pessoas e seus relacionamentos, valorizando, empoderando e potencializando o que há de melhor em cada uma que cruza meu caminho”, finaliza, ao ser questionada sobre os seus planos.

Adaptworks

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Este post tem 5 comentários

  1. Luciano Elizardo

    Com certeza, ela é a pessoa mais HUMANA em EXTAS que conheci em 21 anos atuando em projetos de TI.

    1. Noel Portugal

      Olá Luciano, legal por deixar o seu depoimento aqui. Vamos transmitir para ela. Grande abraço!

    2. Lara

      Luuuuuu! Obrigada, meu querido 💚

  2. Ricardo Salomão

    Lara, feliz em saber de mais uma das suas histórias de sucesso e superação. Parabéns, me sinto orgulhoso de poder dizer, que já tive oportunidade de ver os resultados de “um” dos seus projetos.
    Abração, GBY

    1. Adaptworks Social

      Oi, Ricardo! Obrigado pelo retorno!
      A história da Lara é realmente inspiradora!
      Continue ligado nos nossos posts, que temos muitas histórias incríveis para contar!
      Um abraço

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