Quebrar a hierarquia e se colocar como igual àqueles que estão discutindo uma ideia. Ter a sua opinião com o mesmo poder de influência de todos que estão discutindo o projeto. Essas são características do trabalho ágil levadas pelo engenheiro mecânico Rafael Barros Aulicino a uma tradicional multinacional do setor de automóveis, que tem sede nos Estados Unidos.

Mas essa tarefa não foi fácil. Romper com o pensamento em cascata e trazer à tona mudanças nas características de entrega engessadas durante décadas em uma empresa com mais de 100 anos de tradição exigiu um trabalho árduo e cansativo de Rafael, que deu certo.

E é sobre esse processo de mudança e incorporação do mindset ágil que a gente traz para vocês hoje na nossa série, Histórias de Sucesso, mais um caso bem-sucedido de um profissional que tem sua história intimamente ligada à Adatpworks, a do Rafael, que atualmente atua como Account Manager em uma startup voltada ao Marketing Digital.

Entregando valor

Aplicar o ágil em um ambiente onde as pessoas não estão abertas a isso foi o principal desafio de Rafael. E foi com um trabalho pequeno, porém constante que ele conseguiu abrir, aos poucos, a cabeça de seus parceiros de trabalho.

“Eu acredito que a palavra seja movimento. Você consegue movimentar a equipe, as pessoas se empolgam, veem coisas novas acontecendo, querem trazer coisas novas. E isso vai se multiplicando”, resume Rafael em entrevista concedida à nossa equipe.

Para ele, esse ‘movimento’ é grande parte do motivo pelo qual considerou adotar as práticas ágeis em seu trabalho. “Para mim faz sentido ter menos processos, focar nas entregas, no cliente, na interface, nas pequenas partes e validar com clientes. Ter menos hierarquia e mais trabalho em equipe”, diz.

Mas esse novo modo de pensar não seria aprovado se o resultado desse método não fosse observado pelas hierarquias. E foi a partir desses resultados, ou seja, dessa entrega de valor, que Rafael conseguiu mais liberdade para trabalhar e menor resistência da equipe.

“Tentei em muitos projetos e fui conseguindo pequenos passos principalmente nos últimos três anos. Então eu consegui implementar quase que uma squad – pessoas de várias áreas trabalhando com o mesmo mindset, o mindset ágil, que apesar de ainda não ser dentro de um framework, já estavam com um pensamento diferente”,

explica Rafael.

Rafael lembra que os trabalhos se davam em pequenas etapas. “Foi um movimento estratégico que durou mais de um ano e a entrega foi de um resultado muito grande”, diz ele, completando que um dos melhores resultados está ligado ao treinamento do mindset ágil da equipe.

Entreguei dois resultados incríveis – um deles tão bom que gerou outro. O trabalho virou referência em termos de entrega não só para a América do Sul, mas em fóruns globais. A empresa vendo esse resultado acaba dando mais liberdade e mais alcance para esse tipo de abordagem. Só funciona quando tem alguém direcionando e algumas pessoas direcionando isso – esse tem que ser o ponto focal.

A agilidade

Trabalhar com agilidade significa renunciar a uma série de processos burocráticos amarrados a estilos de trabalho que demandam não apenas tempo, mas energia que poderia ser utilizada na resolução de outras demandas. O processo de desvinculação, porém, ocorre lentamente. Principalmente porque embora seja engessado, funcionou durante muito tempo.

A questão da agilidade chega para quebrar vários paradigmas, mas o principal fator é que a equipe tem que estar disposta a lidar com os riscos. “Talvez falte um pouco essa abertura das lideranças de empresas mais tradicionais para saber como aplicar. Não acho que agilidade vá funcionar em todos os campos, mas nos campos que funciona, é preciso incentivar o mindset, incentivar essa prática”, opina Rafael.

A cultura come a estratégia no café da manhã”

Ele avalia que a resistência tem a ver com cultura e a abertura que as lideranças dão. “A cultura come a estratégia no café da manhã”, diz Rafael citando Peter Drucker ao fazer uma profunda reflexão sobre as dificuldades em colocar as estratégicas em prática.

“Mesmo que as lideranças queiram trabalhar com o ágil, se não incentiva isso, essa prática dentro da equipe, tendo pontos focais que busquem a prática, isso não vai funcionar. É muita energia gasta para fazer dar certo. Então é preciso que haja um incentivo constante nesta prática”, destaca Rafael.

A virada na carreira

Vocês devem ter percebido que o Rafael, engenheiro mecânico, pós-graduado em engenharia automotiva, atuou como elemento de incentivo para implementação do mindset ágil. Até aí, tudo bem. Foram 11 anos ocupando diferentes cargos na empresa, mas não faz muito tempo que ele resolveu se realocar no mercado e muito disso é devido ao pensamento ágil.

“Alguns dos treinamentos que fiz serviram como forno para novas ideias e soluções num futuro próximo. Isso foi um catalisador para o meu momento e sair de uma área e ir para outra levando a abordagem ágil me pareceu ser a coisa certa a fazer”, explica o Account Manager.

“No final do ano passado, nos treinamentos que fiz, a estruturação das ideias foi super importante para eu conseguir linkar várias coisas das minhas experiências tentando trazer para esse mindset. Então eu estou cheio de ideias, com vários conceitos definidos”, conta.

Apesar de parecer áreas totalmente diferentes num primeiro olhar, quando pensamos que Rafael já lidava com agilidade e funções estratégicas, a mudança para área atual não causa tanta estranheza assim.

“Eu vi a oportunidade de mudar de ramo e agregar mais conhecimento. ‘Mudar é bom!’, pensei. Foram 11 anos trabalhando, conquistando respeito e reconhecimento, mas qual era o próximo passo para mim? Era ali onde eu estava ou fora?”, questionou-se.

“Então, aplicando meus conhecimentos com estratégia, a minha recolocação no mercado se deu de maneira muito tranquila. Eu acredito que o setor de serviços está crescendo muito e eu quero fazer parte disso. Quando você tem essa disponibilidade e experiência, você consegue transitar entre muitas áreas e foi nessa que eu resolvi crescer ainda mais como profissional”,

diz

Sobre a experiência nos últimos quatro meses – tempo que Rafael atua na startup para onde resolveu ir, ele é enfático e fala com gosto: “Tem sido muito legal!. “É uma empresa que tem esse pensamento. Então eu venho para agregar e vejo a disponibilidade da própria empresa em aceitar. Está sendo muito bacana”, comemora.

Adaptworks

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