Em consultorias de TI, quando uma equipe é tida como apta a iniciar o desenvolvimento de um software, é porque ela já recebeu um cronograma com as tarefas de cada membro da equipe e de 1 a 2 horas de explanação oral sobre o software objetivo do projeto através do seu gerente de projetos. Pior ainda é a situação onde um profissional chega em uma nova empresa para atuar no suporte à operação de 1 ou mais sistemas, e ele simplesmente recebe uma lista de problemas para resolver. Levando-se em conta ambos os casos, criou-se uma cultura no mercado de TI de que o papel do desenvolvedor de software é codificar. Transformar ideias e requisitos em código de máquina. E o papel de uma equipe é maximizar este papel, sob a coordenação de um gerente de projetos.
Há uma enorme negligência aqui: a crença de que a inteligência de um desenvolvedor de software está única e exclusivamente dedicada a transformar requisitos em código. Há um enorme desperdício aqui: o desperdício da capacidade que um desenvolvedor de software possui de gerar soluções criativas e únicas para problemas complexos. Por que há tal negligência e tal desperdício?
Como vimos no texto anterior aqui no blog, a gestão de TI é fortemente pautada na gestão industrial. Um tipo de gestão que acredita-se funcionar muito bem para a geração de produtos cujo processo de produção é altamente previsível, documentável e automatizável, além de escalável conforme a adição de mais profissionais na linha de produção. O que não é verdade quando tratamos de desenvolvimento de software, porque trata-se de uma atividade altamente criativa, pautada no mundo abstrato das ideias, onde é fundamental a concretização das mesmas para que seja possível identificar desvios no objetivo inicial. Na visão do projeto.
Teorias e princípios como Agile, Lean e Management 3.0, e práticas como Scrum, Kanban e Team Building chegam não como uma bala de prata, mas sim como uma nova forma de trabalharmos com equipes técnicas com foco no trabalho criativo ou abstrato. Um novo mindset recheado de práticas dinâmicas que certamente farão florescer novas dúvidas, novos problemas e, consequentemente, novas abordagens provenientes de novas quebras de paradigmas.
Dado este contexto, para que uma equipe possa trabalhar seus produtos de forma plena, é fundamental que a mesma tenha conhecimento de todas as restrições que a cerca, e uma visão muito clara do destino para onde todo o esforço de um projeto a está levando. É fundamental, também, a ajuda de gestores cada vez mais líderes e menos chefes. Gestores que estejam genuinamente comprometidos com o sucesso daquela equipe e, consequentemente, do produto que estão desenvolvendo. E não somente com o plano que deve ser seguido, os prazos que devem ser cumpridos e as entregas que devem ser geradas. Mas, como promover uma quebra de paradigma tão drástica?
Técnicas de Team Building, pautadas em diversos modelos de amadurecimento de equipes, ajudam a garantir que tenhamos o primeiro ingrediente para que possamos, como líderes de um sistema complexo, gerenciar o seu ambiente e não ter o enorme fardo de gerenciar cada entidade já por si só complexa deste ambiente. Técnicas de Team Building garante que temos uma equipe. Um grupo de pessoas que trabalham juntas orientadas a um objetivo comum. E o que mais vemos hoje em dia é simplesmente um grupo de pessoas que trabalham juntas. Por mais que haja um objetivo em comum, na grande maioria das vezes este objetivo não está devidamente explícito e as expectativas de cada membro da equipe não está devidamente equalizada com tal objetivo, gerando disfunções prejudiciais ao trabalho em equipe. Além disso, tais disfunções podem surgir do desconhecimento e da falta de convivência apropriada entre os próprios membros da equipe e do desconhecimento, sequer, do processo que espera-se ser seguido para que os objetivos daquela equipe sejam atingidos. Técnicas de Team Building nos ajudam a nos tornar um líder esclarecedor do ambiente, objetivos e necessidades que cercam as nossas equipes, e não o chefe cujo poder floresce da informação que só ele dispõe. São técnicas que nos ajudam a ignorar de vez a harmonia artificial que se faz presente em todas as equipes e nos ajudam a germinar um ambiente mais realista, guiado pelas relações humanas que são incentivadas pelos objetivos e restrições corporativos.
Por fim, isso é o Team Growing: uma abordagem orientada por ideias e práticas do Team Building, Executive Coaching, Liderança Situacional, Liderança Servidora, Psicologia Social e do próprio Management 3.0.
Através da AdaptWorks treinamentos, Manoel Pimentel e Eu compartilharemos nossas ferramentas e experiências no novo treinamento Team Growing, único no Brasil e na área de TI, uma das mais carentes de conhecimentos menos exatos. Pretendemos desenvolver um treinamento para quem precisa iniciar uma equipe e, muito mais que isso, mantê-la funcionando e proporcionar conhecimento suficiente para entender seus estágios de maturação e quando é a hora de renovar seus membros. Manoel Pimentel, grande amigo, excelente Coach e empreendedor nato, possui uma experiência extremamente diversificada no âmbito de gestão e cultura corporativa, trazendo experiências de Coaching para times do segmento bancário/financeiro, de telecom e de diferentes produtoras de software. Já Eu trago minhas experiências transição Agile, gestão de ambientes complexos e coaching e building de equipes auto-organizáveis de desenvolvimento de software.
Muito mais do que a captação de pessoas para as turmas do treinamento, com esse texto buscamos incitar um movimento composto por profissionais interessados em conhecer mais profundamente os meandros do funcionamento e comportamento das equipes, esse sistema tão complexo de lidar e nada exato, e, assim, melhorar os nossos ambientes de trabalho não por meio de receitas de bolo ou checklist de práticas, mas sim pela elucidação de que uma nova forma de desenvolver e manter equipes de trabalhos criativos faz-se necessária. E o Team Growing pretende ter sua participação nessa divisão de águas.