[img:img_9211.jpg,thumb,alinhar_dir_caixa]Eu costumo falar que a Daily Meeting é uma das práticas mais difíceis de se aplicar em Scrum, ou pelo menos é uma das que mais vejo ser distorcida em times de projetos. Quando falo isso as pessoas sempre me questionam “Mas como pode ser? A Daily Meeting é algo tão simples de ser feito!”.
Em 2007 eu publiquei um artigo na Scrum Alliance chamado “The Daily Meeting Trap”, nele eu citei alguns dos pontos que, naquele momento, eu via como principais armadilhas para a reunião diária. Muitas daquelas armadilhas ainda vem sendo repetidas, mas hoje vejo alguns pontos ainda mais críticos, que não apenas atrapalham no bom aproveitamento de uma “prática de Scrum”, mas sim acabam gerando desperdício dentro do seu processo.
Na minha opinião, a Daily Meeting é uma prática difícil de ser aplicada principalmente pelo fato de que, se o seu time não estiver trabalhando de forma auto-gerenciada MESMO, a Daily Meeting perde completamente o sentido! Ora, o time ser auto-gerenciado em Scrum significa que o micro-gerenciamento fica por conta dele (falo sempre isso em minhas turmas, e recentemente o Mike Cohn também publicou algo a respeito), e a Daily Meeting nada mais é do que uma ferramenta para o micro-gerenciamento! Se o time não é auto-gerenciado…do que me importa saber o que o João fez ontem e pretende fazer hoje? É por isso que vemos muita gente achando as Daily Meeting super chatas. É claro, se uma reunião não aborda algo que realmente me interesse, ela será para mim uma tremenda “perda de tempo”. Um outro ponto é que, se o time não está em busca da mesma meta durante aquela Sprint, a reunião diária mais uma vez deixa de ter valor. Se eu tenho a “minha meta” e é em busca dela que concentro meu trabalho, não me interessa saber como anda o “seu trabalho”.
O que quero dizer é: não adianta apenas aprender a executar uma prática, você deve entender o porque está fazendo aquilo…isso é o que importa!

Adaptworks

@Adaptworks

Este post tem 3 comentários

  1. Rafael Ramos

    Alexandre,

    Você foi corajoso ao tocar nesse ponto. A maioria das pessoas nunca tiveram coragem de abordar criticamente essa fase do Scrum que parece óbvia.

    Vejo algumas pessoas do meu time achando chato ter que parar 15 minutos por dia. Você com certeza tem razão: provavelmente falta uma visão de TIME para alguns pois, se a pessoa acha chato, é porque ela não está comprometida com a entrega do Sprint. Se estivesse, ficaria morrendo de vontade de saber como anda o trabalho do colega ao lado.

    Acredito que um dos maiores desafios do Scrum tenha a ver com o que você abordou nesse post. Como criar uma cultura de time e não de responsabilidade por atividades isoladas? As pessoas, no fundo, ainda esperam aquele cronograma e suas responsabilidades, esquecendo do resto do time.

    Scrum é mudança cultural… E mudanças culturais levam tempo.

    Abraços!

  2. Wilson

    Olá Alexandre,

    Muitas vezes o que percebo nas Daily Meeting é que se cada uma tem uma meta independe para cumprir assim como você citou acima, há muita dispersão durante a reunião, isso acaba estendendo ainda mais o tempo dela caso o Scrum Master não tenha pulso firme.

    Parabéns pelo post.
    Forte abraço.

  3. Salgado

    Olá Alexandre,
    Também gostei desse tópico, e no meu caso tenho um depoimento positivo na minha equipe.
    No início as pessoas realmente achavam que era mais uma burocracia de chefe a ser cumprida, mas depois que eu mostrava as análises via burndown, resolvia os impedimentos a medida que iam surgindo e sempre tínhamos um status diário do sprint, começaram a entender o porquê estavam fazendo aquilo.
    Fiquei mais feliz no dia em que faltei a um Daily Meeting por estar no cliente e no dia seguinte fiquei sabendo que eles (o time) haviam feito por conta própria e desde então passou a incorporar espontânemente no dia-a-dia da equipe.

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