O ROAM é um modelo utilizado para Gestão de Riscos, continue lendo este artigo e veja o que você aprenderá:

  • Por que gerenciar riscos?
  • O que é o modelo ROAM?
  • Como o ROAM é aplicado no SAFe?
  • O ROAM como ferramenta periódica

Por que gerenciar riscos?

A gestão de riscos consiste em identificar potenciais ameaças, organizando e aplicando atividades coordenadas que visam o controle adequado destas ameaças. No contexto a ser discutido aqui, consideremos o âmbito dos projetos e gestão de produtos em geral, seja relacionado ao desenvolvimento de software ou às soluções de negócio.

Afinal, é melhor prevenir ou remediar? Talvez a questão nem seja esta, mas independente da prevenção ou do remédio, é preciso estar preparado para lidar com as consequências. Eu sou daqueles que não espera a dor de cabeça para se ter um analgésico na gaveta.

Obviamente existem casos e casos, mas não é de hoje que a proatividade de se mapear riscos e ao menos minimizar o impacto de sua ocorrência, pode quebrar vários galhos!

Seja qual for a criticidade do seu projeto (temas de segurança ou questões financeiras costumam saltar mais aos olhos), eles possuem objetivos e expectativas de resultado. Não considerar possíveis riscos, pode abrir brechas perigosas para o incerto; permitir que eventos inesperados aconteçam sem planos de contigência, prejudiquem o retorno almejado e, no longo prazo, afetem até mesmo a reputação da empresa.

Em contrapartida, uma gestão de riscos efetiva certamente colabora para que as iniciativas se mantenham na linha de valor, respeitando custos, prazos e escopo… ou seja, obtenham sucesso.

Muitas equipes já estão habituadas a utilizar métodos para gestão de riscos. Contudo, os desafios aparecem quando falamos do contexto corporativo, através de uma forma integrada. Pensando nisso, diversas organizações ágeis têm aderido ao modelo ROAM para identificação e categorização de riscos. E você vai ver a seguir, que o ROAM provê uma abordagem proativa, colaborativa e acionável para gerenciar riscos em escala.

O que é O modelo ROAM?

Antes de mais nada, vamos ao significado: ROAM é um acrônimo, em inglês, para Resolved (Resolvido), Owned (Assumido), Accepted (Aceito) e Mitigated (Mitigado).

Popularmente disseminado através do SAFe (Scaled Agile Framework), a prática oferece uma abordagem de apoio às organizações na identificação, categorização e gestão de riscos potenciais.

Uma vez identificados, os riscos são classificados conforme nas categorias abaixo:

ROAM
  • Resolved (Resolvido): o risco foi solucionado e não é mais uma preocupação no momento.
  • Owned (Assumido): alguém assumiu a responsabilidade sobre o risco, se comprometendo a tomar ações conforme necessário.
  • Accepted (Aceito): foi alinhado que não há mais nada o que fazer, e as possíveis consequências do risco são aceitas.
  • Mitigated (Mitigado): já existe ao menos um plano de contigência para minimizar o impacto do risco.

O modelo ROAM encoraja a colaboração em todos os níveis organizacionais, tanto na identificação quanto na priorização dos riscos que merecem maior atenção. Enquanto que relativamente simples, não é por isso, menos eficiente. A ferramenta promove visibilidade e comprometimento, economizando tempo, esforço, dinheiro e estresse.

Como o ROAM é aplicado no SAFe?

Primordiamente no SAFe, o ROAM é aplicado durante a PI Planning, a fim de identificar e analisar os riscos que podem afetar o ART (Agile Release Train) e seus objetivos da PI (Program Increment).

É indicado que cada time inicie a identificação de riscos em seu contexto de equipe, exercitando a prática mesmo para riscos que porventura possam ser contornados por eles mesmos. Em paralelo, os riscos que afetem mais de um time e objetivos compartilhados da PI, são escalados para o nível do programa, permitindo ações coordenadas e evitando duplicidade nas atividades de contorno.

Após a apresentação de todos os planos das equipes, os riscos do programa são discutidos e categorizados:

  • Resolved: os participantes alinham que o risco já não é mais preocupante, seja por ações tomadas durante a própria PI planning ou fatores externos, e assim a situação pode ser vista como resolvida.
  • Owned: todo risco que não pode ser resolvido durante a PI Planning, precisa ser assumido por alguém que faça parte do ART, quem será responsável por assegurar que o risco vai ser gerenciado apropriadamente.
  • Accepted: alguns riscos fogem do controle, e não poderão ser resolvidos ou mitigados de forma razoável. Para tais, o ART alinha que os detalhes são conhecidos, e as consequências serão tratadas em caso de ocorrência.
  • Mitigated: Um plano foi alinhado para reduzir, seja a probabilidade de ocorrência, seja o impacto trazido pelo risco.

Dentro das categorias possíveis, somente a Owned indica que ações de acompanhamento ainda precisarão ser tomadas após o evento de planejamento. Como um risco assumido teoricamente não foi resolvido nem possui plano de mitigação, é importante definir um responsável que ficará a cargo dos endereçamentos necessários.

O ROAM como ferramenta periódica

Depois do planejamento, quando o ciclo de entrega se inicia, existe uma boa probabilidade de mais riscos aparecerem, ou do contexto de um risco já mapeado mudar. Por isso, é essencial fazer com que as informações sejam continuamente revisadas.

Certificar que o quadro ROAM do programa é mantido atualizado durante toda a execução da PI, é um ponto de atenção do RTE (Release Train Engineer), contudo, deve ser uma preocupação colaborativa de todos os envolvidos. A forma básica de gerar disciplina e incorporar a prática no dia a dia, é encaixar a pauta dentro das cadências existentes, como Scrum of Scrums (SoS), PO Sync e System Demos.

Por fim, durante a execução da PI, é interessante considerar o registro dos riscos na mesma ferramenta de gestão do Backlog, mantendo rastreabilidade sempre que possível, da relação entre as ameaças mapeadas e as demandas comprometidas.

E então, gostou do modelo ROAM. Deixe seus comentários abaixo e até a próxima!

Rafael Reis

Mais de 15 anos de experiência profissional, atuando nas frentes de desenvolvimento de TI, suporte a aplicações, gestão de projetos e consultoria em agilidade de negócios. Experiente com práticas ágeis como Scrum, Kanban, SAFe, Management3.0 e Lean Change Management. Certificado Ágil e ITIL. Proficiência avançada em inglês, tendo trabalhado no exterior. Bacharel em Sistemas de Informação e MBA em Gerenciamento de Projetos de TI. Life Coach pela SLAC - Sociedade Latino Americana de Coaching. Consultor do Programa SAFe 5.

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