Business Agility veio para ficar, cada vez mais organizações buscam por este tema, leia agora uma definição completa sobre o assunto.

Business Agility e o Mindset Ágil

Cada vez mais ouvimos dizer que as mudanças no Mundo têm acontecido de maneira cada vez mais acelerada, nos permitindo acessar muito fácil e rapidamente um volume cada vez maior de informações e desinformações, nos exigindo, com isso, uma postura mais analítica, criteriosa, cuidadosa e responsável ao consumi-las.

Dentro do domínio que nomeamos “Agilidade”, para as Organizações é importante assumir uma postura mais consciente e consistente ao se propor a um processo de mudança/transformação Ágil justamente para não caírem, novamente, na armadilha de achar que o “Agilidade” se trata de mais uma nova ferramenta, novo processo ou metodologia.

Essa já é, hoje, considerada uma atitude ingênua, especialmente quando estamos falando de um desenvolvimento mundial cada vez mais complexo, incerto, volátil e ambíguo. 

Percebemos ainda um desejo ansioso por “receitas” a serem seguidas, por caminhos mágicos pré-definidos ou, quem sabe, uma fórmula que resolva os diversos desafios de uma Organização.

Tal postura tende a limitar a complexidade das discussões, isso porque não há um caminho específico a ser seguido, mas um conjunto de possibilidades que, cada Organização, de posse da compreensão do propósito de sua existência e impacto social, poderá definir qual é a melhor estratégia de mudança a ser adotada num dado momento e, espero eu, apropriados da ideia de que tal estratégia poderá se tornar obsoleta e irrelevante de um dia para outro.

A experiência com a chegada do COVID-19 tem nos ensinando muito coisa a esse respeito. 

Portanto, mais do que aprender uma prática e um framework – não que não seja importante, pelo contrário, é necessário – ainda se faz necessário compreender o questionamento por trás do que chamamos de Mindset Ágil.

A ideia “Mindset Ágil”, se materializou em 2001 com a apresentação do “Manifesto Ágil para desenvolvimento de software” , expresso por um conjunto de 4 Valores e 12 princípios.

Surge com o objetivo de questionar um modelo rígido de trabalho que tende a privilegiar a centralização das decisões, o micro gerenciamento, equipes exclusivamente funcionais, a falta de integração e transparência entres os diversos atores envolvidos com o negócio e sua entrega, repercutindo assim, na fragmentação da Organização e por consequência na percepção e pensamento de seus profissionais.

Essa forma de pensar a organização do trabalho dificulta decisões mais conscientes e de fato centradas as reais necessidades dos clientes, como também, favorece relações de dependência entre líderes e liderados, forjando dos primeiros a possibilidade de serem referências num processo de desenvolvimento e aprendizagem coletivo e aos segundos possibilidades de se tornarem mais autônomos, auto-organizáveis na realização de suas atividades, favorecendo portanto o engajamento, criatividade, motivação e o alto desempenho.               

Pensar o Business Agility

Organizações estão lutando para permanecerem relevantes aos olhos de seus clientes e da sociedade. Os clientes estão mais informados e suas expectativas estão cada vez mais altas. 

Os funcionários exigem mais clareza, empoderamento e significado em seu trabalho.  

Apenas Organizações de alto desempenho, adaptáveis ​​e ágeis tendem a prosperar neste mercado tão imprevisível. 

A isso, nomeamos “Business Agility”. 

De forma simplificada, “Business Agility é a capacidade e a vontade de uma organização de se adaptar, criar e alavancar mudanças para o benefício de seus clientes”. 

Essa declaração expõe a dramática mudança de mentalidade necessária para as Organizações Ágeis.  

Pensar em Business Agility é pensar em uma narrativa adaptável e sustentável, como um fio condutor, que norteará as Organizações por um futuro incerto.

Um Modelo Operacional

 Trata-se de um modelo operacional que favorece a adaptabilidade e a capacidade de resposta em todas as áreas do negócio, reconhecendo a organização como um sistema adaptativo complexo tendo a agilidade como responsabilidade de todos.  

Business Agility é um modelo que consiste em 12 domínios em interação distribuídos em quatro dimensões centradas no cliente.

 Os domínios em cada dimensão são igualmente importantes, necessários e inter-relacionados. 

Não se pode obter sucesso nos negócios em um mercado imprevisível até desenvolver agilidade em cada um desses domínios e em todas as áreas da organização. 

Business Agility

Créditos imagem: https://businessagility.institute/learn/domains-of-business-agility/ 

Esse modelo não é um método ou uma estrutura e, portanto, não é de maneira nenhuma algo prescritivo.

É um modelo que tem como proposta orientar as Organizações ao longo de uma Jornada de transformação Ágil nos negócios, alinhando cada vez mais a Organização aos domínios, práticas, estruturas e valores abordados de maneira Sistêmica em Agilidade.   

Certamente uma Jornada não é algo que tem um fim a ser perseguido.

Como dito anteriormente, diante das características do Mundo atual – volátil, incerto, complexo e ambíguo – mudanças a todo o tempo nos convocarão a repensar nossas formas de atuação, entretanto há um elemento precioso que, de alguma maneira, nos permitirá certa sustentação e direção ao longo desta jornada, que significa:

Qual o seu Por que? O que define sua Organização e seus Objetivos? Por que sua Organização é relevante?

A resposta a essas questões, de muitas maneiras, definirá a forma como a Organização trabalha em grupo, como coopera, compartilha e cria valor aos seus clientes, profissionais, parceiros e sociedade. 

Por onde iniciar

Em todos os pontos da jornada, cada domínio do “Business Agility”, terá uma influência significativa, mas inicie pelos domínios que atualmente vem restringindo e perturbando mais na sua agilidade nos negócios em geral. 

Essa jornada certamente terá inúmeros desafios, a natureza sistêmica da transição para a Business Agility pode gerar um impacto profundo nos indivíduos. Em toda a organização, deve haver lideranças inspiradoras, comunicação clara e um objetivo comum de maneira a tornar todos verdadeiros campeões. 

Entretanto, acontecerá de nem todas pessoas compartilharem com essa forma de pensar a organização do trabalho podendo, até mesmo, desejarem sair. 

Não há julgamento quanto a isso, é simplesmente uma maneira diferente de pensar e trabalhar. Mostre sempre respeito e compreensão a todos, não importa se estão saindo. 

Apesar da complexidade da transição, os benefícios do “Business Agility” são manifestos; começando com o aumento da capacidade de responder rapidamente desafios competitivos, interrupções e mudanças na demanda. 

Além disso, a satisfação e a estabilidade das equipes são maiores, há uma redução nas despesas gerais de gerenciamento e os custos operacionais tendem a diminuir. Por fim, como as Organizações Ágeis são orientadas por objetivos, as Organizações tendem a ser mais responsivas aos seus clientes e propósitos mais amplos. 

Esses domínios e suas características comuns são a chave do “Business Agility”. 

Cada um destes são complementares e mutuamente necessários para obter agilidade. Há uma progressão natural ao longo do tempo à medida que a Organização passa de “menos ágil” para “mais ágil”. 

Organizações Ágeis maduras são àquelas em que todos os domínios estão presentes de maneira harmoniosa e sistêmica. 

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*Artigo inspirado e adaptado a partir do artigo https://businessagility.institute/learn/domains-of-business-agility/ 

Amanda Reis

Um dos meus desafios é transmitir formas de trabalho inovadoras e relações no trabalho mais saudáveis. Minha experiência acadêmica e profissional tem início com minha formação em Ciências Atuariais e atuação na área em Psicologia e Psicanálise desde 2008.

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