Fizemos um Meetup aqui na Adaptworks tendo como pano de fundo um poderoso mix composto de Management 3.0 e SAFe ®. Na minha opinião, foi um dos meetups mais interessantes que eu tive a oportunidade de participar.

É claro que o público é o coração de todo e qualquer encontro e, aqui na Adaptworks, nós não temos do que reclamar. Sempre aparece um pessoal “classe A” para debater, trazer novas ideias e fazer muito networking. Nessa ocasião, Management 3.0 e SAFe serviu de combustível para inflamar o debate.

Antes de iniciar a nossa conversa por aqui é importante entender minimamente o que é Management 3.0 e SAFe.

Management 3.0, diferente do que alguns ainda pensam, não é um framework ou método, mas um mindset de gestão ágil que vai além da TI e pode ser materializado através de uma série de práticas e ferramentas.

A gestão 3.0 não é um papel e cada vez mais gestores, líderes, scrum masters, times e agile coaches vêm incorporando este mindset no seu dia-a-dia, inclusive se alastrando nas mais diferentes áreas das empresas.

Reconhecimento, empoderamento e delegação, só para exemplificar, já fazem parte da cultura de inúmeros times de TI, negócio, RH e tantos outros.

Já o SAFe é um framework de escala que possibilita a organização do trabalho de centenas de pessoas em torno de uma cadeia de valor, envolvendo não somente times de tecnologia como também pessoas de negócio, executivos e outros stakeholders, trazendo transparência, propósito, visão e, principalmente, alinhamento.

Aqui no nosso país, o SAFe já venceu a barreira da incerteza e cresce a cada dia como uma alternativa riquíssima para as grandes corporações atingirem resultados através da agilidade. As grandes empresas já entraram nesse jogo, e como todo time grande, entram para ganhar.

Mas voltando as raízes, é hora de beber na fonte. Ou melhor, nas fontes.

De um lado, o Management 3.0 tem como espinha central as suas famosas visões:

Energizar Pessoas

Pessoas são a parte mais importante da organização e a gestão deve olhar com muito carinho e atenção para isto.

Empoderar Times

Times empoderados são mais responsáveis e colaborativos. Esta visão discute autonomia, delegação e empoderamento dos times.

Alinhar Restrições

A auto-organização pode nos levar para qualquer lugar. É preciso guiar um bom caminho.

Desenvolver Competências

Times precisam estar capacitados para atingir os objetivos.

Crescimento da Estrutura

Times atuam em um contexto de complexidade e, portanto, a forma como times e organizações crescem é um ponto a ser observado com atenção.

Melhorar Tudo

Aqui nosso amigo Jurgen levanta a bandeira da melhoria contínua, provoca as “melhores práticas” e coloca os experimentos dentro do jogo da Gestão 3.0.

Já o SAFe tem os seus nove princípios:

#1 – Ter uma visão econômica

É fundamental que as decisões do dia a dia sejam feitas em um contexto econômico adequado.

#2 – Aplicar pensamento sistêmico

Um sistema possui muitos componentes inter-relacionados (pessoas e processos), o SAFe mostra que otimizar um componente não otimiza o todo.

#3 – Assumir variabilidade; preservar opções

Ao invés de escolher uma única opção de design e requisitos no início do processo o SAFe® nos encoraja a manter várias opções por um período mais longo no ciclo de desenvolvimento, criando assim, melhores resultados econômicos.

#4 – Construir incrementalmente com ciclos de aprendizagem rápidos e integrados

Desenvolva soluções incrementalmente em uma série de iterações curtas, permitindo feedback rápido do cliente e mitigação de risco.

#5 – Estabelecer marcos por meio de avaliação objetiva de sistemas funcionando

No desenvolvimento Lean-Agile, os pontos de integração fornecem marcos objetivos para avaliação das soluções, substituído o “phase-gates” do modelo tradicional.

#6 – Visualizar e limitar o WIP, reduzir o tamanho dos lotes e gerenciar o comprimento das filas

As empresas devem se esforçar para atingir um estado de fluxo contínuo, em que as novas ideias se movam rapidamente do conceito para a produção.

#7 – Aplicar cadência e sincronização com planejamento integrado

A cadência cria previsibilidade e fornece um ritmo para o desenvolvimento. A sincronização faz com que várias perspectivas sejam compreendidas, resolvidas e integradas ao mesmo tempo.

#8 – Desbloquear a motivação intrínseca dos profissionais do conhecimento

Proporcionar autonomia e propósito – minimizando as restrições – leva a níveis mais altos de engajamento dos funcionários, gerando melhores resultados para os clientes e para a empresa.

#9 – Decentralizar a tomada de decisões

A agilidade exige uma tomada de decisão rápida e descentralizada, para reduzir atrasos, melhorar o fluxo de desenvolvimento de produtos e permitir um feedback mais rápido.

Isso sem falar nos “Core Values” e no “House of Lean” que são vitais para a implementação do SAFe .

Mas na prática quais seriam as similaridades entre Management 3.0 e SAFe e de que forma podemos jogar esse jogo juntos?

Acompanhe nossa série de posts em que vamos explorar mais estas semelhanças.

Abraços e até a próxima!  

Introdução ao SAFe

Diego Bonilha

Sou instrutor oficial da ICAgile e SPC (SAFe Practice Consultant). Tenho experiência como desenvolvedor, líder, gerente de projetos e Scrum Master. Agilidade em escala e novos modelos de gestão em um mundo em constante evolução são assuntos que me fascinam e por isso busco. apoiar a mudança organizacional das grandes empresas em diferentes níveis

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