Se você se encontra nesse dilema pode ter certeza que não está sozinho.
Nos tempos atuais, cada vez mais temos muitos projetos para iniciar, sem ao menos terminarmos aqueles que já começamos. Parece que o conceito de “multitasking” está cada vez mais enraizado nas corporações, desenvolvedores trabalhando em vários projetos em paralelo, cada um com uma natureza de negócio diferente, gerentes de projetos conduzindo 4 ou 5 projetos ao mesmo tempo, enfim, um verdadeiro caos que não é gratificante nem para esses profissionais e muito menos para as empresas. E como ficam os múltiplos projetos emergenciais tratados integralmente como de alta prioridade? Quantos débitos técnicos estamos gerando nas entregas, em decorrência da falta de foco ou até mesmo porque os próprios desenvolvedores não têm tempo de atuar? Os clientes não estão preocupados com a quantidade de projetos que você está conduzindo, mas por outro lado estão cuidando de seus próprios produtos, então qual é a estratégia a ser adotada?
A gestão de um portfólio de projetos é um meio de organizar o fluxo de entrada de projetos, além de incentivar a que cada um deles termine, ajudando a restringir o que realmente trará valor para o negócio. O portfólio ajuda a limitar o número de projetos ativos e o quanto menor for o número de projetos em andamento, menor será a competitividade de alocação de pessoas entre eles. O resultado da correta gestão de portfólios é, por incrível que pareça, um maior fluxo de entrega de projetos para a empresa, focando no que realmente trará benefícios.
A combinação dos métodos ágeis ajuda a criar uma gestão ágil de portfólio, onde podemos considerar não somente projetos mas também épicos e features dentro do dashboard e limitar a quantidade deles, priorizando aqueles que são de maior valoração para o negócio. E nesse sentido combinar com os princípios do pensamento Lean, ou seja: pensar em termos de valor, ajudando o cliente a defini-lo; criar um fluxo que permita que os problemas fiquem transparentes para todos, propiciando condições suficientes para que a equipe consiga realizar as suas tarefas sem interrupções; incluir métricas visíveis para todos, tais como gráficos de velocidade, burndown/burnup e o backlog do portfólio; criar um mecanismo que permita que as pessoas terminem o seu trabalho antes de começar um outro e eliminar o multitasking.
À medida que você avança com o seu portfólio ágil, você percebe que acaba entregando mais features para o seu cliente, os projetos terminam com antecedência, você tem menos features emergenciais, as pessoas focam em uma feature por vez, finalizam aquelas de maior valor em um determinado timebox, além de permitir que a própria equipe construa o produto junto ao cliente e evolua a sua própria capacidade. Neste sentido, os gerentes precisam de times menores e mais focados, finalizando features com mais agilidade.
Johanna Rothman, líder muito reconhecida na comunidade Agile, referência no assunto sobre gestão ágil de portfólio, autora de alguns livros sobre gestão, entre eles “Manage It!”, “Behind Closed Doors”, “Hiring the Best Knowledge Workers, Techies & Nerds: The Secrets and Science of Hiring Technical People” e “Manage Your Project Portfolio”, discute sobre como gerenciar o portfólio de forma ágil em uma entrevista na InfoQ.
A AdaptWorks irá continuar esse assunto para você entender como gerenciar o seu portfólio de forma ágil em seus próximos posts, aguarde!