Valores tem que refletir nas ações diárias das organizações e representar orientação e critérios para todas as decisões, e consequentemente levar as organizações a gerar resultados superiores e sustentáveis. “Empowerment sem valores não é empowerment”, diz Roger Sant, co-fundador da AES. De fato uma descentralização das decisões sem valores não passaria de uma técnica destituída de sentido. Em vez de adotar uma ideologia em que uma cadeia unidirecional de valores básicos leva à aparente finalidade última da empresa, que se chama “geração de valor para os acionistas”, as empresas pós-tayloristas seguem uma outra lógica: uma “imagem de mundo” típica das empresas pioneiras do novo modelo pode ser descrita como “loop de feedback positivo.” (Liderando com metas flexíveis – Niels Pflaeging)

Eu prefiro denominar o “loop de feedback positivo” de Círculo Virtuoso. Esse Círculo Virtuoso leva em consideração todos os grupos de stakeholders (grupos de interesse) dentro de um sistema de valores. Nesse “modelo” de valores quem ocupa o primeiro lugar são as Pessoas (funcionários com seus talentos e potenciais), é a partir delas que se cria valor sustentado superior.

Vejamos: temos em primeiro lugar as pessoas com seus talentos e potenciais, portanto melhores pessoas com a intenção de ser “o melhor lugar para se trabalhar”; em segundo lugar temos os Cliente e parceiros com a intenção de ser “melhor Parceiro de negócios” causando a proximidade com os clientes, a excelência operacional e inovação; em terceiro temos a Sociedade com a intenção de “Dar maior contribuição à Sociedade” com um comportamento ético e social e por fim temos os Acionistas/Proprietários com a intenção de ser o “Melhor lugar para investir” com agregação sustentável de valor.

Esse Círculo Virtuoso tem seu foco no longo prazo e levam em consideração as interdependências dos grupos de interesses evitando o conflito ente eles e criando valor sustentável para todos, já que é através dele que as empresas atendem aos Fatores Críticos de Sucesso para organizações do sec. 21, a saber:

  • Respostas Rápidas
  • Inovação contínua
  • Excelência Operacional
  • Intimidade com os clientes
  • Melhor lugar para trabalhar
  • Governança Efetiva – Comportamento ético

Funciona assim:

As pessoas tem liberdade e responsabilidade para tomar decisões, com uma definição clara dos resultados esperados, atuam como “donos do negócio”, tornando o ambiente de trabalho mais desafiador e estimulante. Este novo modelo de gestão e ambiente de trabalho auxilia no desenvolvimento das pessoas e atrai outros talentos. Tendo em mãos os melhores talentos há uma conseqüente melhoria na qualidade dos serviços prestados/ produtos da empresa.

A melhoria contínua na qualidade dos serviços/produtos aumenta a satisfação dos clientes e traz uma intimidade maior com os mesmos. Este relacionamento acompanhado da excelência operacional e inovação geram redução de tempo na prestação de serviços/ oferta de produtos, trazendo um desempenho financeiro superior para o negócio.

A atuação da empresa com liderança devolvida apóia os interesses da sociedade no longo prazo, pois promove à ética e o crescimento individual das pessoas. As pessoas se tornam mais conscientes de sua atuação e passam a intervir em todos os ambientes que participam: empresa, família, sociedade.

Com a adoção do modelo de complexidade: rede devolvida (liderança descentralizada) e processos adaptáveis a organização atende aos Fatores Críticos de Sucesso criando Valor sustentável de valor superior, atraindo os acionistas que se sentem confiantes em disponibilizar recursos para a empresa, já que ela é ágil e adaptada às mudanças.

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