Em nosso primeiro post sobre o tema levantamos a bola para falar sobre a união do Management 3.0 e SAFe ® e exploramos um pouco sobre cada um deles.

Seguindo em frente com o mix de Management 3.0 e SAFe é hora de falar como um se entrelaça com o outro e vamos fazer isso partindo das visões do Martie:

1. Energizar Pessoas

Nesta visão, Jurgen traz para o dia-a-dia das organizações a discussão entre motivações extrínsecas e intrínsecas, algo que a ciência já vem estudando há muito tempo.

Além de entender que existe outro modelo de motivação que vai muito além da recompensa financeira, é preciso trabalhar fatores como a criatividade e diversidade.

Princípio SAFe #8 – Desbloquear a motivação intrínseca dos trabalhadores do conhecimento

O que você acha de trabalhar com 80, 100 pessoas (ou muito mais do que isso!) que têm perfis, conhecimento e experiências diferentes, mas que estão no mesmo ART trabalhando em prol de um único objetivo?

A PI Planning, grande cerimônia do SAFe, coloca lado a lado técnicos, pessoas de negócios, arquitetos, executivos, para alinhar e planejar os objetivos dos próximos 2 meses de trabalho. O SAFe cria este e outros momentos para engajar as pessoas.

Eu também gosto de pensar que a System Demo do SAFe ajuda a energizar os times. Ver o seu trabalho refletido em um produto em constante evolução com outros times e com feedback das pessoas de negócio potencializa o engajamento das pessoas.

2. Empoderar Times

No SAFe os times são estimulados o tempo todo a tomarem decisões, como na PI Planning, em que eles são empoderados a assumir seus próprios objetivos.

O voto de confiança é outro momento memorável de empoderamento, em que todos os participantes são convidados a votar de 1 a 5 o quão confiantes estão em atingir os objetivos de negócio definidos durante a reunião.

Princípio SAFe #9 – Descentralizar a tomada de decisões

3. Alinhar Restrições

Se a auto-organização pode nos levar para qualquer lugar, é preciso criar restrições para que o destino não seja o caos. Este tema também corre nas veias do SAFe:

#1 – Ter uma visão econômica

#2 – Aplicar pensamento sistêmico

#3 – Assumir variabilidade; preservar opções

De alguma forma, todos eles colaboram para manter os times empoderados, porém dentro dos objetivos estabelecidos pela organização e dos objetivos da PI.

Jurgen afirma que não pode determinar a cultura de uma organização, o SAFe também, apoiado em uma vasta literatura e anos de mercado, diz que a mudança cultural vem por último.

4. Desenvolver Competências

Um gestor 3.0 se preocupa em mapear e melhorar as competências do seu time. Ele deve olhar para inúmeras dimensões como pessoas, qualidade, processo, valor, entre outras.

O SAFe traz métricas em seus diferentes níveis. Na configuração Essential é possível coletar métricas dos times que usam Scrum e Kanban, gerando oportunidades para os gestores 3.0 atuarem como líderes servidores e promoverem a evolução desses times.

A última iteração da PI, também chamada de Iteration IP (Innovation & Planning), oferece oportunidade para troca de experiências entre times, hackatons, exploration days e uma série de outras práticas de aprendizado colaborativo propostas por Jurgen Appelo.

Não poderíamos ir adiante sem falar de algo tão presente no Management 3.0: feedbacks!

Convido você a dar uma espiada na Big Picture do SAFe e encontrar oportunidades de feedback. De um simples bate-papo no café, até um feedback 360º, passando por um Feeback Wrap para times distribuídos…você encontrará oportunidades de ajudar o seu time a evoluir.

#5 – Estabelecer marcos por meio de avaliação objetiva de sistemas funcionando

5. Crescimento da Estrutura

Bom, se você já leu algo a respeito do SAFe, sabe que o Agile Release Train suporta de 5 a 12 times já na “Essential Configuration” e, se você precisar de mais times na mesma cadeia de valor, é só olhar para o “Large Solution”, que suporta múltiplos ARTs, cada um com aproximadamente 125 pessoas.

O Management 3.0 provoca gestores a pensar no T-shaped, ou seja, o especialista-generalista.

Durante a transição desmontamos os silos altamente especializados e juntamos estes colaboradores em um “time”, porém vai muito além disso.

A colaboração flui melhor quando nos importamos com o trabalho de ponta-a-ponta e também conseguimos contribuir de várias maneiras com as atividades que estão em torno do trabalho. O SAFe também se importa com tudo isso.

#7 – Aplicar cadência e sincronização com planejamento integrado

6. Melhorar Tudo

Se existe um momento mais precioso em ambiente ágeis do que a retrospectiva eu não sei, mas o fato é que o SAFe valoriza isto não somente para os times, como também para o Agile Relese Train.

O SAFe traz o “Inspect & Adapt” para que os times discutam problemas e encontrem planos de ação para o ART.

Além deste momento, o SAFe também prevê dentro da PI Planning uma reflexão sobre como poderíamos melhorar o próximo encontro.

Aqui podemos pensar em uma das ferramentas mais simples e poderosas (na minha opinião) do Management 3.0: Celebration Grids.

Jurgen Appelo diz para não celebrarmos o sucesso e muito menos a falha, segundo ele devemos celebrar o aprendizado.

Um gestor 3.0 se preocupa em criar um ambiente em que a experimentação, inovação e aprendizado são bem-vindos. E porque não trazer esta ferramenta para o dia-a-dia dos times, especialmente na retrospectiva?

Incremente usando também o Yay Questions: O que fizemos bem? O que aprendemos?

#4 – Construir incrementalmente com ciclos de aprendizagem rápidos e integrados

#6 – Visualizar e limitar o WIP, reduzir o tamanho dos lotes e gerenciar o comprimento das filas

Agora é possível visualizar e entender um pouco mais sobre as similaridades entre Management 3.0 e SAFe.

Como você acredita que ambos podem trabalhar juntos e levar transformações organizacionais importantes para seu ambiente?

Conte para a gente se você já prática algum desses princípios ou visões! Aproveite que agora você conheceu um pouco mais sobre o Management 3.0 e SAFe e conheça nossos treinamentos para se aprofundar ainda mais no assunto!

Diego Bonilha

Sou instrutor oficial da ICAgile e SPC (SAFe Practice Consultant). Tenho experiência como desenvolvedor, líder, gerente de projetos e Scrum Master. Agilidade em escala e novos modelos de gestão em um mundo em constante evolução são assuntos que me fascinam e por isso busco. apoiar a mudança organizacional das grandes empresas em diferentes níveis

Este post tem 2 comentários

  1. Mateus

    Diego, muito bacana o conteúdo que compartilhou. Muito obrigado!

    1. Noel Portugal

      Mateus, que bom que tenha gostado, nós é que agradecemos. Abraços!

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