Após o retorno de Chicago, onde estive participando da Agile Conference, entrei em uma sequência bem grande de viagens que me impediram de escrever aqui minhas impressões sobre o evento. Como agora estou tendo um “tempinho livre”, vamos ao meu relato:

– Hoje, na minha opinião, o que diferencia claramente os eventos gringos de Agile e os eventos realizados aqui no Brasil não é tanto o nível das palestras, mas sim o público! Enquanto aqui encontramos sempre as mesmas “figuras de sempre” nesses eventos, lá fora os organizadores estão focando em trazer clientes e novos usuários para os eventos. Fiquei muito, muito contente em ter na minha palestra pessoas que tinham escutado sobre Agile pela primeira vez fazia 1 ou 2 meses! Não adianta falar sobre Agile para aqueles que já estão convencidos…temos que ter “sangue novo” nesses eventos. Portanto se você é praticante de Agile, convide seus amigos iniciantes para o próximo evento! E para nós palestrantes, o que penso é que temos que sempre revisitar temas básicos em nossas palestras, para tornar os eventos atraentes para os iniciantes no assunto;

– Pelo que vi por lá, Feature-teams é algo que vem sendo bastante utilizado em projetos ágeis largos. O Jim Highsmith apresentou uma idéia destes times bem semelhante ao que é proposta pela FDD (Feature-Driven Development). Já o Bas Vodde, que fez para mim duas das melhores apresentações do evento, tem uma proposta um pouco diferente para estes times, como uma evolução dos já conhecidos times de componentes.

– Falando em FDD, vi por lá umas 3 palestras utilizando estratégias “em cores” no estilo Peter Coad, em técnicas para usabilidade, modelagem de negócio e identificação de itens para um Product Backlog. E pensar que o “em cores” já foi tratado como piada em um evento local…mas vamos em frente;

– A TDD Clinic em C++ apresentada pelo Bas Vode e James Grenning foi fantástica! Nossa…como eu estava com saudade de mexer em um código C++, aqui rolou para mim um profundo momento nostálgico…rs

– A sessão “Product Vision and the Glass Wall” do Matt Roadnight da Conchango foi, como eu poderia dizer, FANTÁSICA! Eu já conhecia um pouco sobre como a Conchango trabalha com a questão de usabilidade na elaboração de produtos, mas a dinâmica, que envolveu quase os 90 minutos inteiros da apresentação, nos mostrou tudo isso na prática. A Conchango é realmente a companhia que inspira o em-fase-de-crescimento estúdio de projetos da AdaptWorks.

– A utilização de Scrum e/ou Lean na gestão de portfólios e programas está crescendo bastante. Além da minha palestra vi o tema ser abordado em várias outras apresentações, destaque para a Barelly Suficient Portfolio Management, apresentada pelo Todd Little da Landmark Graphics.

– As palestras de games para o ensino de práticas ágeis, como eu poderia dizer…causaram um certo enjoo (não apenas em mim). O problema é que eram muitas, e quase todas falavam a mesma coisa, trocando apenas o “brinquedo” a ser utilizado. Uma das exceções neste quesito foi a apresentação dos brazucas Luiz Paulo Parzianello e Rafael Prikladnicki, com a famosa apresentação sobre os jogos estatísticos, que já havia feito bastante sucesso no Brazil Scrum Gathering;

E por falar em Brasil, fiquei muito contente em ver vários brasileiros por lá…fiquei mais contente ainda em ver que a palestra de muitos de nós obteve destaque! Tem muita gente mandando bem de verdade com Agile aqui no Brasil, tem muita empresa – que nem imaginamos – fazendo isso bem. Isso me motiva! Penso que o Brasil vive um momento bastante especial em vários aspectos, mas isso é assunto para um próximo post!

Por fim, gostei bastante de participar da Agile Conference, é um evento bem grande, e que consegue nos passar a dimensão que Agile está tomando. Foi maravilhoso conhecer Chicago, uma cidade belíssima que um dia pretendo voltar realmente de férias, e reencontrar por lá uma grande referência na minha carreira, Renato Quedas, que hoje é Domain Specialist para a Borland/Microfocus no escritório de Chicago.

Este post tem um comentário

  1. Daniel Wildt

    Renato Quedas é o cara!

    Quanto a questão de palestrar e encontrar novas pessoas, que ainda estão desvendando as Metodologias Ágeis, realmente, isto é muito legal e nos motiva a seguir ensinando e apresentando os conceitos, práticas e exemplos.

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