Apesar de Enterprise Agile Coach e Agile Coach terem nomes parecidos e funções semelhantes, a principal diferença está no ambiente de trabalho desses profissionais, entenda…
As mudanças no mercado e a maneira de conduzir projetos e gerir pessoas vem evoluindo cada vez mais. Dentro da agilidade isso não é diferente: novas funções e responsabilidades surgem e, com isso, profissionais precisam se adequar, qualificar e executar novas tarefas.
Se o Agile Coach é o profissional que está lado a lado com o time garantindo as entregas e guiando os squads para criar valor para o cliente, o Enterprise Agile Coach atua em uma outra esfera, juntamente com os líderes das empresas, aqueles responsáveis pelas tomadas de decisões.
A área que ambos os profissionais transitam é distinta, mas isso não significa que exista uma hierarquia entre eles ou, muito menos que, para atuar como um Enterprise Agile Coach é necessário ter a vivência de um profissional Agile Coach. Quem explica isso para gente é Diego Bonilha, que atua como trainer aqui na Adaptworks.
“São áreas conectadas, porém se você é um Agile Coach e passa para uma carreira de Enterprise, você não teve uma promoção. Assim como não pode encarar que para ser um Enterprise tem que ter sido um Agile Coach. São papéis novos e as pessoas têm suas experiências por trás que vão sustentar seus conhecimentos. Pode ser um caminho natural, mas não obrigatório”.
diz Diego Bonilha, um dos Trainers da Adaptworks
Dia A DIA
A busca constante por aperfeiçoamento, porém, deve ser uma regra na vida do profissional de coaching. Buscar novas ideias, novas práticas e novas abordagens, estando atento a aspectos de comunicação e a forma como as pessoas se comunicam entre si deve ser feito de maneira incessante por quem atua na área. Este é, também, um aspecto comum entre o profissional Agile Coach e o Enterprise Agile Coach.
No dia a dia, o trabalho desses profissionais se distingue pelo campo de atuação. A rotina de um Enterprise está ligada a estabelecer a agenda com as pessoas que estão trabalhando. Ele vai, muitas vezes, ter reuniões e encontros, atuando como facilitador. Sua rotina inclui transitar em diferentes áreas, falando com pessoas distintas e trabalhando com a tomada de decisão. No caso do profissional Agile Coach as áreas em que transitam está diretamente ligada aos times, atendendo e orientando as demandas de seus squads.
DESAFIOS
Se o local por onde transitam é diferente, os desafios enfrentados no dia a dia também o são. No caso de Enterprise Agile Coaching, estabelecer as mudanças é visto como prioridade. E, se por um lado essas mudanças são necessárias, por outro, elas também causam certo desconforto – principalmente se levarmos em conta que o profissional está atuando com pessoas em níveis altos de hierarquia.
“É importante que o profissional saiba lidar com isso. Ele trabalha em um ambiente tolerante a falhas. As mudanças hoje em dia não são prescritivas, nem lineares e acabam entrando num campo, por vezes, desconhecido”, acrescentando que esse profissional deve ser um agente de mudança em seu ambiente.
destaca Bonilha
A nível de times, o profissional de Agile Coaching precisa lidar com a resistência individual de cada pessoa. É preciso lidar com comportamento, por vezes nocivos, de cada pessoa, seus problemas de comunicação e gaps de resistência. Cabe a ele mapear os cenários para trabalhar o individual em um ambiente seguro e de experimentação.
“E essa experimentação pode ser tudo: uma nova funcionalidade diferente do produto que está rodando em produção, mas também uma forma de transmitir conhecimento dentro do time. Toda essa ‘permissão’ que é dada diz muito sobre a empresa, sobre o que é aceitável ali. O profissional Agile Coach precisa criar uma rotina para isso e experimentar algo em algum nível”, completa Diego.
Se preparando para as carreiras
De maneira geral, realizar uma certificação pode ajudar uma pessoa que deseja se tornar Enterprise Agile Coach e Agile Coach. Mas, o conhecimento prévio na área de atuação também é pode ajudar no dia a dia com as equipes. Experiência, conhecimento, vivência e conhecimento em agilidade são fatores importantes para qualificar um profissional nessa área.
Para atuar com o Agile Coaching, por exemplo, é imprescindível ter inteligência emocional. Conhecer técnicas de comunicação, como a não violenta, escuta ativa, saber diferentes ferramentas de feedback e práticas de linha ágeis que também são fundamentais ao trabalho. Além disso, é importante que se conheça frameworks de agilidade em escala. Ter esses conhecimentos dá um leque maior de possibilidades do profissional Agile Coach.
No caso do Enterprise Agile Coaching as técnicas acima também devem existir, aliadas a elas é importante ter conhecimento em business agility, saber fazer estimativa, escrever uma história e saber como quebrar uma história, ter boas técnicas de facilitação e tomada de decisão, team building, dentre outras.
“O Enterprise precisa conhecer uma gama interessante de métricas com as quais consiga medir resultados e processos. Na área de Coaching as coisas acabam sendo muito subjetivas e os números ajudam a tangibilizar se os métodos estão ou não dando certo”
acrescenta Bonilha
Campo de atuação
Uma vez adquiridas as técnicas somadas a certa experiência, o mercado se expande. Neste sentido, o profissional de Agile Coaching poderá trabalhar com times ágeis para trabalhar com a entrega e pensar em geração de valor, mas sempre no âmbito dos times.
E os ramos são os mais distintos: pode ser de produtos, serviços, financeiros, aplicativos, telecom, logística e saúde. O mercado é bem diversificado porque a agilidade hoje é uma realidade para as grandes empresas, mas, também, para as pequenas.
“Esse setor chegou e tomou espaço na forma como as empresas pensam, agem, entregam e contratam. Como as empresas lidam com problemas, porque o mindset ágil vai muito além disso”, destaca Diego.
Já o Enterprise irá atuar onde há necessidade de mudança organizacional, entendimento, mapeamento de cadeia de valor, identificação de gargalos de processos, encontrar oportunidades, gaps, promover ideias e buscar levar abordagens distintas à empresa.
Um fator que é fundamental para o bom funcionamento do trabalho do Enterprise é que a organização esteja realmente a fim de avaliar e mudar a maneira como estão se comportando. Se essa entrega de valor que se propõe a fazer ao seu cliente está de acordo com o que deve ser revisto e melhorado.
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